LIMA's BAND
Elizabeth - Teclado e vocal / Lucas - Vocal / Marcos - Contra baixo / Marcelo - Violão e vocal / Patricia - Backing vocal e percussão / Paulo - Guitarra
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Ensaio Lima's Band ultimo domingo 30/09/2012
Este foi mais um de nossos ensaios. Estamos cada vez melhor. Rolou: "Clocks" do Coldplay, "Rehab" da Amy Winehouse, "Ainda é Cedo" da Legião Urbana e "Do Seu Lado" do J. Quest entre outras.
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Ambicioso, Mas Nem Tanto
Após quatro anos sem lançar um disco, o The Killers de Brandon Flowers quer o público de volta – mesmo que não seja para vender milhões
Mark Stoermer: A gente espera que esse fato possa funcionar a nosso favor, que talvez o público esteja pronto para ele. E isso também pode gerar um entusiasmo, pelo fato de fazer um tempo [que não lançamos nada].
Brandon Flowers: Às vezes as pessoas ficam enjoadas de uma banda. Então talvez essa pausa tenha sido boa para todos nós. Como foi a primeira reunião para discutir o novo álbum?
Foi difícil no começo. Nos primeiros dias, lembro que houve um pouco de luta para voltarmos ao ritmo. Mas nós o encontramos. Todos vocês trabalharam em projetos paralelos. Qual a importância deles para a manutenção da saúde do Killers?
Não sei... acho que todos aprendemos coisas ao fazer nossos próprios discos. Dave [Keuning, guitarrista] não fez. Nenhum de nós tinha uma necessidade de fazer algo próprio, foi só um outro passo. Você consegue trabalhar com outras pessoas, e isso não é necessariamente uma coisa ruim. E provavelmente todos tinham algo a acrescentar quando nos reunimos. Na hora de compor, você consegue enxergar quando um verso ou um refrão vai realmente tocar as pessoas?
Algumas pessoas enxergam e outras não, mas eu sempre acho que sim. Se você pergunta a pessoas como o Elton John: “Você sabia que ‘Mona Lisas and Mad Hatters’ seria tão bonita?” Ele diz que não tinha ideia, que só fez e lançou. Mas sinto que temos um bom entendimento, de que aquilo em que todos concordamos é forte. E eu tenho versos que acho que vão afetar as pessoas ou tocá-las. E nesse álbum qual verso vem à sua mente nesse sentido?
[Risos] Eu não sei... [Pausa] Não deveria dizer.
por Bruna Veloso
Em dez anos, o rosto de Brandon Flowers quase não se alterou. Talvez esteja um pouco mais fino, com a barba milimetricamente por fazer, mas não há rugas. Durante o tempo em que comanda o The Killers, no entanto, muito mudou na vida do artista. Ele se casou; teve três filhos; perdeu a mãe, vítima de câncer. As responsabilidades não interferem no semblante do rapaz, que aos 31 anos canta em uma das bandas mais bem-sucedidas dos anos 2000, além de ter se aventurado em um disco solo, Flamingo (2010). Este, no entanto, não chegou nem perto do sucesso do grupo, que agora, quatro anos depois de Day & Age (2008), lança Battle Born, o quarto álbum da carreira.
“Queríamos ser o nosso melhor, pegando coisas que fizemos bem em cada um dos outros trabalhos”, define Flowers, sentado no pequeno estúdio do grupo em Las Vegas, escondido em meio a uma espécie de conjunto comercial. Talvez poucos no entorno se deem conta de que naquele mesmo espaço uma banda, ao lado de produtores badalados – Daniel Lanois, Steve Lillywhite, Stuart Price, Brendan O’ Brien e Damian Taylor –, preparou um disco de rock nos últimos meses.
Enquanto o mormaço da desértica cidade norte-americana envolve tudo do lado de fora, Flowers e Mark Stoermer, o franzino e quase sempre silencioso baixista do Killers, bebem água no estúdio, que mantém-se gelado apesar das paredes cobertas por carpetes vermelhos. Ainda que seja simpático (“Pena que o Elton John cancelou o show que faria hoje, poderíamos arrumar ingressos para você”, ele comenta, ao dar dicas sobre a vida noturna de Vegas), Flowers não consegue se sentir à vontade em entrevistas. Stoermer, por sua vez, está longe de aparentar extroversão, e fala baixo – quando fala. Ainda assim, nesta conversa, o vocalista, com alguma ajuda do companheiro, tentou analisar os dez anos de carreira do quarteto, o caminho percorrido e o que os faz seguir em frente.
O Killers teve três álbuns de sucesso, mas jamais houve um período de quatro anos entre um e outro.
“Queríamos ser o nosso melhor, pegando coisas que fizemos bem em cada um dos outros trabalhos”, define Flowers, sentado no pequeno estúdio do grupo em Las Vegas, escondido em meio a uma espécie de conjunto comercial. Talvez poucos no entorno se deem conta de que naquele mesmo espaço uma banda, ao lado de produtores badalados – Daniel Lanois, Steve Lillywhite, Stuart Price, Brendan O’ Brien e Damian Taylor –, preparou um disco de rock nos últimos meses.
Enquanto o mormaço da desértica cidade norte-americana envolve tudo do lado de fora, Flowers e Mark Stoermer, o franzino e quase sempre silencioso baixista do Killers, bebem água no estúdio, que mantém-se gelado apesar das paredes cobertas por carpetes vermelhos. Ainda que seja simpático (“Pena que o Elton John cancelou o show que faria hoje, poderíamos arrumar ingressos para você”, ele comenta, ao dar dicas sobre a vida noturna de Vegas), Flowers não consegue se sentir à vontade em entrevistas. Stoermer, por sua vez, está longe de aparentar extroversão, e fala baixo – quando fala. Ainda assim, nesta conversa, o vocalista, com alguma ajuda do companheiro, tentou analisar os dez anos de carreira do quarteto, o caminho percorrido e o que os faz seguir em frente.
O Killers teve três álbuns de sucesso, mas jamais houve um período de quatro anos entre um e outro.
Mark Stoermer: A gente espera que esse fato possa funcionar a nosso favor, que talvez o público esteja pronto para ele. E isso também pode gerar um entusiasmo, pelo fato de fazer um tempo [que não lançamos nada].
Brandon Flowers: Às vezes as pessoas ficam enjoadas de uma banda. Então talvez essa pausa tenha sido boa para todos nós. Como foi a primeira reunião para discutir o novo álbum?
Foi difícil no começo. Nos primeiros dias, lembro que houve um pouco de luta para voltarmos ao ritmo. Mas nós o encontramos. Todos vocês trabalharam em projetos paralelos. Qual a importância deles para a manutenção da saúde do Killers?
Não sei... acho que todos aprendemos coisas ao fazer nossos próprios discos. Dave [Keuning, guitarrista] não fez. Nenhum de nós tinha uma necessidade de fazer algo próprio, foi só um outro passo. Você consegue trabalhar com outras pessoas, e isso não é necessariamente uma coisa ruim. E provavelmente todos tinham algo a acrescentar quando nos reunimos. Na hora de compor, você consegue enxergar quando um verso ou um refrão vai realmente tocar as pessoas?
Algumas pessoas enxergam e outras não, mas eu sempre acho que sim. Se você pergunta a pessoas como o Elton John: “Você sabia que ‘Mona Lisas and Mad Hatters’ seria tão bonita?” Ele diz que não tinha ideia, que só fez e lançou. Mas sinto que temos um bom entendimento, de que aquilo em que todos concordamos é forte. E eu tenho versos que acho que vão afetar as pessoas ou tocá-las. E nesse álbum qual verso vem à sua mente nesse sentido?
[Risos] Eu não sei... [Pausa] Não deveria dizer.
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Ex-vocalista do A-ha diz que 'Take on me' não é uma canção: 'É um ícone'
Hoje em carreira solo, o cantor norueguês passa pelo Rio (no sábado, dia 22), Belo Horizonte (23) e São Paulo (26). Em entrevista ao G1 por telefone, avisa que não há planos para uma volta do A-ha.
Ao lado de Magne Furuholmen e Paul Waaktaar-Savoy, fez sucesso com canções como "Hunting high and low", "You are the one", "Cry wolf", "Crying in the rain" e "Take on me", cantada no fim dos shows.
"Não é apenas canção, é um ícone. Dura três minutos para que eu a cante... Então, eu canto, porque é algo que a maioria quer ouvir", justifica-se. Aos 53 anos, ele garante que as versões são fiéis às originais. "A voz é parte de mim. Não é necessário ter um cuidado especial. Não tenho notado grandes sinais de mudança em minha voz."
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G1 - O que espera da turnê?Morten Harket - Eu espero encontrar as pessoas que conheci no Brasil. Eu fui ao Brasil muitas vezes em 25 anos. Estive aí há seis meses e fiz um documentário para o CD. Tive a chance de passar uns dias de folga. Agora, estou voltando com minha banda, ótima. É a que tocava com o A-ha. Fora o tecladista e o baterista, é a mesma. Eles conhecem os fãs. Só tenho um cara novo, o guitarrista.
G1 - Dei uma lida nos seus setlists e 'Take on me' sempre fecha o show. Por quê?
Morten Harket - Por que você acha que faço isso? São razões óbvias. Não é apenas uma canção, é um ícone. A música significa coisas diferentes para cada pessoa. Mais do que qualquer outra música que canto, ela tem uma conexão forte com todos. É um ícone do pop. É natural deixá-la para o fim, não sempre, mas geralmente. Dura três minutos para que eu a cante... Então, eu canto, porque é algo que a maioria quer ouvir. Outros não querem mais ouvir, mas é uma escolha minha.
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Para Nasi, ex-vocalista do Ira!, Brasil não tem mais bandas boas de rock
Lívia Machado Do G1, em São Paulo
Nas estatísticas do cantor, apenas 20% da obra "A ira de Nasi" aborda novas e antigas polêmicas sobre o extinto conjunto. Embora tenha mensagens claras destinadas a cada um dos antigos parceiros nas páginas finais, ele garante que o livro não é uma provocação. “Não fiz para agredir ou passar a mão na cabeça de ninguém.” (Veja a entrevista no vídeo acima)
“Só deveria voltar se realmente eu e o Edgard sentássemos juntos pra conversar. Olha, a gente se magoou, se machucou, vamos fazer uma turnê de despedida? Vamos falar o que está engasgado um pro outro, fechar isso. Se tiver que sair no tapa sai, como é em várias atividades, no futebol, e no rock acontece muito. Mas isso não vai acontecer. Não consigo ver por causa do Edgard, pelo jeito dele. Um poço de sensibilidade."
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G1 - O convite para escrever sua biografia partiu da editora, mas você sentia vontade do registro e de dar a sua versão dos fatos?Nasi - Não tinha parado pra pensar nisso ainda. Minha versão já tinha saído de maneira bem presente na mídia. Não sentia essa necessidade, mesmo porque o livro não tem a intenção de ser um acerto de contas, a palavra final. Acho que ele fala 20% dos meus aspectos da separação do Ira!, ou novidades que levaram a separação da banda.
G1 - Por que não tem fotos do Ira! no livro?
Nasi - Achei por bem e por precaução judicial não explorar a imagem de ninguém que não fosse a minha pessoa, ou de músicos que estão em contato comigo. A forma como o Ira! acabou, por mais que não tenha litígios judiciais, a ferida ainda está um pouco aberta. Não queria que amanhã ou depois alguém chegasse e falasse assim: "olha, o uso indevido da minha imagem". Infelizmente isso são coisas que permeiam as biografias. Pra não deixar margem à dúvida, e como é algo centrado na minha pessoa, procurei não utilizar a imagem dos outros membros. Canja de galinha e cuidado não custam nada.
G1 - Em uma das entrevistas da biografia você diz que o melhor disco do Ira! nunca foi gravado. Isso é um assunto pendente, uma frustração, ou apenas uma constatação?
Nasi - É uma constatação. Não digo uma frustração, mas uma lamentação, porque o Ira! teve um período criativo muito bacana de 83 até o final de 84. Era um período em que nos dividíamos em outros trabalhos. Era quase um movimento que existia em São Paulo, do rock paulistano. Eu acho que desse curto período o Ira! teve uma sonoridade muito particular que não se repetiu em outras obras. Um punk ácido, dissonante, muito intenso, um repertório que depois, algumas dessas músicas foram lançadas até como complemento de outros álbuns, mas totalmente fora de contexto. Lamento que naquela época estivéssemos à margem da indústria. Tínhamos um contrato com a Warner, mas estávamos na geladeira da gravadora. Se tivéssemos registrado, eram músicas difíceis de tocar em rádio, mas de uma intensidade, um trabalho, uma versão que só quem viu naquela época pode conferir.
(Foto: Divulgação)
Nasi - Toda vez que um movimento hegemônico se apresenta, não interessa qual é o gênero musical, o mais prejudicado é o próprio estilo. Apesar da década de 80 ter gerado artistas seminais como Barão Vermelho e Cazuza, Renato Russo e a Legião Urbana, Titãs, Ultraje [a Rigor], pra cada um desses existiam 10 Dr. Silvana [banda de rock carioca], e outras porcarias que falavam em nome do rock e preenchiam os programas de auditório. O rock se desgastou muito nessa época. Como gênero musical, deixou que suas principais características de rebeldia, discurso e atitude e até de uma música mais agressiva, fosse passado para um gênero que virou, em muitos momentos, comercial de sandália Melissa. Sobre agora: antigamente era pior, depois foi piorando. Apesar de trabalhos muito legais como O Rappa e Planet Hemp, tivemos um declínio importante de discurso. Faltaram, tirando essas poucas exceções que eu citei, novos poetas. Mas acredito que a criatividade é cíclica. Novamente virá um gênero que agrida as convenções estabelecidas.
G1 - Se antigamente para cada banda boa de rock existiam '10 porcarias', hoje qual seria a sua estatística?
Nasi - Hoje não tem mais bandas boas.
G1 - Na biografia, você diz que exagerou na famosa entrevista a uma revista masculina, em 2006, ao declarar que já tinha transado com 1150 mulheres. Você realmente contabilizou suas conquistas?
Nasi - Óbvio que eu nunca contei. Mas eu tenho minha avaliação de quantos shows eu já fiz na vida. Poderia dizer pra você como um homem que viveu bastante nesse sentido, como um cantor de rock solteiro, que eu tive pro número de shows que eu fiz, que passam de dois mil, digamos assim, prorrogação depois.
G1 - A droga no começo do livro é relatada como importante fonte de inspiração. Depois, mostra seu sofrimento para manter-se limpo. Qual foi o papel da cocaína na sua vida?
Nasi - Quando voltei a cheirar em 1991, foi um período que eu tinha mais uma vez fracassado em um relacionamento e vivia enfurnado na minha casa fumando [maconha] desde que eu acordava. Depois, fui entender que o estado mórbido e até depressivo não era só pelo fracasso amoroso, ou por dúvidas que naquele momento da profissão e carreira se apresentavam — a década de 90 foi uma decadência, não só pro Ira!, mas pro rock nacional em geral —. Toda aquela maconha me tornava uma pessoa mais fechada. Quando a cocaína veio, eu comecei a discotecar na noite paulistana. E foi um "pó de pirlimpimpim". Expansão do ego, comunicabilidade. Foi meio que uma cura. Esse foi o grande erro. Na hora que percebi que alterava minha saúde, sanidade, não consegui mais sair. Passava a usar pra viver e viver pra usar. Quando você é jovem, a experimentação vem muito forte. Hoje eu não acredito que a criatividade tenha a ver com o uso de drogas.
Nasi - Existe uma ideia sobre os anos 60 e as drogas que pertencem ao contexto da contracultura. Liberação politica, sexual e ideológica. A droga fez parte do ponche desse momento e de uma inocência muito grande. Hoje temos os estudos sobre as sequelas, e sabemos como funciona o mundo do crime e do tráfico. Nos anos 60 existia razão pra inocência da droga como fator de libertação. Hoje não temos mais o direito. Naquele baseado que você fuma, no pó que você cheira, existe sangue de criança para o produto chegar fresquinho na sua mão. Esse trinômio não faz mais sentido.
G1 - Tem alguma sugestão para um novo trinômio?
Nasi - Sexo, dopamina e rock and roll.
G1 - A quem você credita o final do Ira!? No livro você afirma que o Edgard foi o mentor da separação. Mas não foi um coquetel formado por mulher, traição, cocaína e egos?
Nasi - Eu acho que todo esse coquetel, sem dúvida, o choque de egos em primeiro plano, e a nossa relação infantilizada. Enquanto o Ira! viveu na clandestinidade e no amadorismo, nós funcionávamos muito bem. Quando a esfinge do sucesso apareceu na nossa frente e disse “decifra-me ou te devoro” começamos a ser devorados. Em 2005, sou chamado pelo meu empresário pra mostrar um e-mail que o Edgard mandou pra ele, quando estávamos nos preparando para fazer o último disco do Ira!, onde o Edgard justifica toda a incapacidade de compor, porque não esquecia o que tinha acontecido há dez anos. Naquele momento, no meio da turnê, reuni a banda no camarim e falei que no final do ano ia embora. O Edgard pediu pelo amor de Deus para eu não sair. Cheguei e falei: 'ta bom'. Só que já estava decidido que o Ira! precisava de um tempo. Quando eu digo que o Edgard é o mentor, é porque existe um documento, que inclusive é público, chamado Carta de Finalização de Trabalho, escrita pelo meu irmão.Tem trechos dela no livro, e fala que o Edgard já vinha insistindo, desde a década de 90, dizendo "esse é meu último disco, essa é minha a última turnê", quase como se fosse um exercício de poder. Hoje eu vejo isso porque na hora que eu falei "vamos dar um tempo" ele deveria ter sido o primeiro a falar: "Nasi, você tem razão".
G1 - A Beatriz [namorada de Edgard em 1994, que teve um relacionamento Nasi na mesma época] foi um drama ressuscitado durante a gravação do Acústico MTV. Mas, pela descrição no livro, ela parece ter sido uma mulher secundária pra você. Se arrepende? Por qual razão decidiu revelar trechos das cartas que ela te enviava na biografia?
Nasi: Entreguei o original de todas as cartas ao Mauro Beting e deixei a critério dele escolher trechos para publicar. Expus isso porque poderia parecer uma história que eu estou inventando, supervalorizando. Os trechos escolhidos mostram que não foi uma sacanagem, foi uma fera, aconteceu. E quando a gente se viu brincando de fogo, todos se queimaram. Última vez que o Edgard trouxe isso à tona foi em 2006 num e-mail difamatório, agressivo que ele não teve nem coragem de mandar pra mim. Eu não poderia me arrepender hoje porque estou muito bem do jeito que estou, voltando agora em um relacionamento, que espero que tenha um prosseguimento mais adulto do que tive em toda minha vida. É uma meta minha me relacionar de uma maneira adulta. Eu estaria negando tudo isso. Mas durante muito tempo eu pensei que ela era uma menina muito bacana, que estava realmente apaixonada por mim. Seria uma pessoa legal para ter um relacionamento. Mas eu não tinha condições e nem coragem, essa é a verdade. Eu sabia que se eu chegasse e falasse [pro Edgard]: Olha, ela está se separando de você e nós vamos ficar juntos, seria falar "acabou o Ira!".
G1 - O livro mostra o seu ego e o do Edgard se digladiando o tempo todo. Mas no final, sua mensagem é positiva para ele, e rancorosa com o André Jung [baterista do Ira!]. Por quê?
Nasi - Eu procuro nem falar muito dele. Eu tenho uma história com o Edgard. Nós saímos da escola praticamente pro mundo musical juntos. Tenho um respeito muito grande por ele como músico, apesar dele viver hoje — e há muito tempo — uma crise criativa, que ele deveria olhar com menos arrogância, ou de uma maneira mais humana, humilde, talvez voltasse pra ele algumas inspirações mais superiores, eu não posso deixar de reconhecer que sempre fui fã dele como músico, antes de ter uma banda. Já tem esse respeito musical que me faz separar a pessoa do artista. Ao artista, eu realmente desejo tudo de bom. É um cara que ainda tem muito pra dar à música brasileira. O cara mais amigo que ele teve na vida fui eu. Eu que levei ele pro Ira! Os Titãs quando demitiram o André, colocaram a culpa nele pela falta de "peso" na banda. É como se um grande clube fosse trazer um jogador da série C pra ser o camisa 10. E eu banquei isso durante muito tempo. Às vezes quando a gente ajuda muito uma pessoa, a gente humilha ela. E pode provocar raiva. Acho que o André tinha algum complexo de inferioridade comigo.
G1 - Um reencontro na formação original, então, seria impossível?
Nasi - Eu não vejo horizonte pro Ira! voltar. Se em 27 anos a gente não digeriu isso ai, não vai ser agora em dois, três meses. Mas o Edgard, pelo músico que é, eu vejo uma possibilidade hipotética. Mas com o André eu não toco nunca mais. Pela pessoa que ele é e, principalmente, pelo baterista que ele não é.
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